Conheça o compositor que mudou o parâmetro musical e quase silenciou o tom
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E tem muita coisa que a gente ouve atualmente que vem daí. Muitos atribuem a Arnaldo Schoenberg e seu dodecafonismo a perda da hierarquia entre notas. Ou seja, todas as 12 notas da escala cromática são equivalentes, sem hierarquia entre si. E o atonalismo vem disso: não há uma nota principal, um guia.
Enquanto no sistema tonal, podemos dizer que há um tom e tudo o que saia desse espectro é considerado espécie de “tempero” ou subversão do que já foi previamente estabelecido; no atonalismo - sistema pós-tonal, música moderna ou ainda música da séc. XX- o carro-chefe se dá pela experimentação, pela tentativa, pela composição, a harmonia como parâmetro e não necessariamente uma escala pré-estabelecida.
O surgimento do atonalismo se deu por uma mudança de parâmetro, no fim. Tínhamos uma série de frequências simplesmente ignoradas pelo tonalismo por um tipo de organização que prescindia de um eixo harmônico central.
No dodecafonismo, usa-se 12 sons aleatórios, que resultam na série fundamental. Shoengerg tratou do tema em em Harmonielehre (1911; Tratado de harmonia).Em 1909, compôs suas primeiras peças atonais. E foi eternalizado por “Pierrô Lunar”, baseada no poeta simbolista belga Albert Giraud.
Mas, mesmo que Schoenberg seja considerado um dos grandes propagadores do atonalismo, ele ficou basicamente em cima do muro. Ora, se o cara também cria uma escala de 12 sons que, mesmo que não sejam hierarquizadas entre si, giram em torno do mesmo espectro sonoro, não era de todo atonal.
Dizem que Schoenberg temia a desordem absurda que o princípio do sistema atonal poderia propagar. Conservador ou não, virou o grande sustentáculo para compositores no século XX e para a música concreta, prelúdio do que viria a ser a música eletrônica, surgida na década de 40, 50.